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Tubo de ventilação do esgoto: como dimensionar e instalar

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Tubo de ventilação do esgoto

Tubo de ventilação do esgoto: como dimensionar e instalar

Se você mora ou já morou em apartamento, é possível que já tenha experienciado a desconfortável situação daquele cheiro forte de esgoto inundando o cômodo onde você está. É para evitar este, entre outros problemas, que é instalado o tubo de ventilação do esgoto.

Porém, para que o sistema funcione corretamente, é necessário que o dimensionamento e a instalação estejam de acordo com a norma NBR 8160:1999. Neste post, vamos te ajudar nestas duas etapas.

Qual a função do tubo de ventilação do esgoto?

Além da condução dos gases para o exterior, os tubos de ventilação assumem outras funções importantes dentro de um sistema sanitário, são elas: 

  • Evitar a autosifonagem e a sifonagem induzida dos aparelhos, ou seja, a perda do fecho hídrico. Isso ocorre por conta da variação de pressão que não foi corretamente dissipada devido à ausência de um sistema de ventilação adequado;
  • Melhorar o escoamento do esgoto, por aliviar a pressão e a sobrepressão do sistema;
  • Liberar os gases para a atmosfera, evitando o mau cheiro e a proliferação de bactérias através dos aparelhos sanitários.

Como dimensionar o tubo de ventilação do esgoto?

Antes de começarmos a falar sobre o processo de cálculo para dimensionar o tubo de ventilação do esgoto e os requisitos normativos desse subsistema, é necessário compreender que existem dois tipos de ventilação: a primária e a secundária.

A ventilação primária é a responsável por conduzir os gases pelo tubo de queda, até chegar à atmosfera através de terminais de ventilação (Figura 1). 

Figura 1: Terminal de ventilação (fonte: Thórus Engenharia)

 

Já a ventilação secundária consiste em ramais e colunas de ventilação que interligam os ramais de descarga ou de esgoto à ventilação primária (Figura 2), ou que são prolongados acima da cobertura (Figura 3), ou então pela utilização de dispositivos de admissão de ar (VAA) devidamente posicionados no sistema (Figura 4).

Figura 2: Prumadas de ventilação (fonte: Thórus Engenharia)

 

Figura 3: Terminal de ventilação acima da cobertura (fonte: Thórus Engenharia)

 

 

Figura 4: Dispositivo de admissão de ar (fonte: Thórus Engenharia)

 

Um subsistema de ventilação de esgoto, pode então ser composto pela ventilação primária e secundária, ou apenas primária.

Sabendo disso, para dimensionar as colunas de ventilação primeiramente devemos observar a Tabela 1 da NBR 8160:1999.  Esta tabela leva em consideração o diâmetro do ramal de esgoto, número Unidades de Hunter de Contribuição (UHC) e comprimento permitido. Através dela é possível determinar qual será o diâmetro do tubo ventilador primário do ambiente.

Após a verificação da ventilação primária é necessário analisar as distâncias dos desconectores ao ramal de ventilação. Na Tabela 1 desta mesma norma é possível verificar quais as distâncias máximas permitidas.

Fonte: ABNT NBR 8160:1999

 

Lembrando que desconectores são os dispositivos providos de fecho hídrico, destinado a vedar a passagem de gases no sentido contrário ao escoamento do esgoto. São exemplos de desconectores: sifões e caixas sifonadas

Como instalar o tubo de ventilação do esgoto? 

Após determinar os diâmetros e os pontos que a ventilação precisa ser inserida é necessário verificar se estamos atendendo algumas especificidades que serão ilustradas abaixo (Figura 5) como: 

  • Distância entre o ramal de ventilação com relação ao desconector não deve ser inferior a 2 vezes o diâmetro do ramal de descarga dele; 
  • Ligação no tubo de ventilação primária deve ser feita no mínimo 15 centímetros acima do nível de transbordamento mais elevado dos aparelhos do ambiente.

Fonte: ABNT NBR 8160:1999

 

Outro ponto importante para prestar atenção na hora de projetar o tubo de ventilação do esgoto é a inclinação que será empregada no ramal de ventilação. Para essa ligação entre o ramal de ventilação e a tubulação sanitária podemos ter as seguintes situações: 

  • Ligação com joelho de 45° ou 90°, seguindo com inclinação de 1% no sentido ascendente até a coluna de ventilação; 
  • Ligação horizontal (quando não houver altura de forro para executar a primeira opção), preferencialmente no sentido contrário ao fluxo do esgoto e com inclinação mínima de 2% no sentido ascendente até a coluna de ventilação;
  • Ligação na prumada com a tubulação proveniente da caixa sifonada conectando no ramal de ventilação e ligando ao tubo de queda após a junção de ligação do ramal de descarga da bacia sanitária (Figura 6);

 

 

Figura 6: Ventilação de prumada (fonte: Thórus Engenharia)

 

Além dos itens descritos, a norma também apresenta os critérios para ambientes diferenciados, como bacias sanitárias ligadas em bateria, onde é possível fazer ventilação por circuito seguindo as recomendações estabelecidas.

Conforme apresentado, são vários os critérios que devemos nos atentar ao dimensionar e projetar este subsistema. Por isso, é de suma importância para o projetista detalhar e especificar como deve ser feita a instalação para evitar possíveis complicações no pós-obra. 

Conclusão

Buscamos, através deste artigo, trazer informações que sejam relevantes para que você conheça mais sobre o tubo de ventilação do esgoto. De maneira simples, mostramos sua função, dimensionamento e instalação, exemplificando através de imagens e tabelas.

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