Projetos executivos bem planejados costumam antecipar uma série de definições. Um dos formatos que utilizamos para registrar estas definições é através de um questionário específico para o sistema, também chamado de briefing. Uma das perguntas que mais geram dúvidas ao responder este questionário é a seguinte: qual tubulação você utiliza para água quente, CPVC ou PPR?
Antes mesmo de iniciar o projeto hidráulico, como saber qual a melhor escolha para o seu empreendimento?
Neste post vamos comparar o CPVC e o PPR, olhando principalmente 3 pontos: facilidade de instalação, manutenção e custo. Por fim, apresentaremos alguns depoimentos de profissionais que fazem as instalações e as diferenças entre os materiais.
Nosso objetivo com este conteúdo é ajudar você a fazer a melhor escolha para o seu edifício, por isso continue conosco.
Instalação
Qual é mais fácil de instalar?
CPVC |
PPR |
A instalação do CPVC é feita a partir de uma cola para unir as tubulações e conexões. Passo 01 – Cortar a tubulação no tamanho necessário, limpar as rebarbas e as conexões; Passo 02 – Passar a cola na extremidade do tubo e no bocal da conexão; Passo 03 – Juntar as duas peças, dando um quarto de volta e segurar por 30 seguntos. Cuidados: Não interferir na junta nos primeiros 15 minutos, aguardar 8 horas para passar água e 24 horas para fazer o teste de estanqueidade. https://youtu.be/U59CmSreQc8 |
A instalação do PPR é realizada através de fusão térmica a uma temperatura de 260ºC, formando um elemento único. Para isso é necessário o auxílio de um termofusor. Passo 01 – Cortar a tubulação no tamanho necessário, limpar as rebarbas, as conexões e o termofusor; Passo 02 – Colocar a extremidade do tubo e o bocal da conexão simultaneamente no termofusor, e aguardar pelo tempo indicado no manual do fabricante. Por exemplo o tempo de espera do PPR da Amanco leva 5 segundos para tubulação de 20mm e 50 segundos para tubulação de 110mm; Passo 03 – Retirar as peças do termofusor e juntar as duas peças, sem girar e segurar por 20 seguntos. https://youtu.be/bh_zk-3C3io
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A facilidade de instalação é o grande diferencial do CPVC, por não precisar de equipamentos como a termofusora. Neste quesito não temos dúvida que o vencedor é o CPVC.
Custo
Fizemos um levantamento de materiais para comparativo de preços, considerando um edifício com 32 apartamentos tipo e dois apartamentos duplex. O trecho percorrido pela tubulação vai do aquecedor, até 3 banheiros, lavabo, lavanderia e cozinha. Segue a lista já com os valores. Este levantamento de custo foi realizado na loja Cassol de Joinville no mês de setembro de 2019.
CPVC:
Fonte: Thórus Engenharia.
PPR:
Fonte: Thórus Engenharia
Os números não mentem: em nosso levantamento o material PPR saiu 36% mais barato. Ponto para o PPR!
Manutenção
E quando houver um problema, como uma ruptura de conexão ou um prego que acabou acertando na tubulação?
CPVC |
PPR |
Deve ser cortado o pedaço danificado e a manutenção pode ser feita utilizando duas luvas e um lubrificante próprio do fabricante. Coloca-se uma luva em uma das extremidades e a outra com um pedaço de tubo na outra extremidade. Feito isso, deslizam-se as luvas pra ficarem unidas deixando as partes cortadas no centro das luvas. | Para execução de reparos o primeiro passo é fazer um corte perpendicular no trecho danificado do tubo. Em seguida, devem ser aquecidas as extremidades dos tubos e da luva com o termofusor, seguindo as medidas de comprimento e tempo de aquecimento de acordo com o manual do fabricante. Logo após, deve-se fazer a união das peças. Aqui temos uma grande dificuldade: aquecer a tubulação localizada na parede, o que obriga a fazer uma abertura maior na alvenaria e aumenta o transtorno. |
Não precisar levar a termofusora para realizar a manutenção, além da dificuldade de aquecimento da tubulação presa na parede, dão uma vantagem clara para o CPVC.
Principais diferenças e algumas curiosidades
– As cores que eles são fornecidos (independente do fabricante): o CPVC é na cor bege, e o PPR é fornecido na cor verde;
– Temperaturas que os dois materiais suportam: o CPVC suporta 60m.c.a. à 80ºC, e o PPR suporta a mesma pressão com 95ºC;
– Os diâmetros que são fornecidos: CPVC (mm) – 15, 22, 28, 35, 42, 54, 73, 89 e 114; PPR (mm) – 20, 25, 32, 40, 50, 63, 75, 90 e 110;
– O CPVC possui uma peça única chamada Junta de Expansão. Sua principal função absorver esforços, que tem origem através da variação da temperatura;
– O CPVC mais famoso é o Aquaterm da Tigre, porém existem outros fornecedores como o Flowgrard da Amanco;
– Existem vários tipos de PPR, para diversas resistências a grandes pressões. Aqui na Thórus, especificamos PPR para as prumadas de água fria e para o sistema de recalque de água em diversos edifícios.
Depoimentos
Fernando, encanador da Construtora DAXO:
“Já trabalhei com os dois materiais, ambos são ótimos. O PPR é mais, porém leva mais tempo para ser instalado e é mais complexo. Já o CPVC, mesmo sendo um pouco mais caro, a instalação é rápida e muito simples de fazer. Pra ter uma comparação simples, pra fazer um apartamento em CPVC eu demoraria 1 dia e digamos que custaria R$1.000,00, por exemplo. Este mesmo apartamento em PPR eu demoraria 2 dias e cobraria R$1.500,00.”
Orlando Cordeiro de Souza, proprietário da empresa KS Construção Civil:
“Já trabalhei com os dois materiais. Na minha opinião o CPVC é mais prático, já que o PPR exige mais ferramentas e é melhor trabalhando com duas pessoas. Ambos os materiais precisam de mão de obra especializada. Prefiro trabalhar com CPVC, mas se tivesse que trabalhar com PPR, trabalharia cobrando a mais pelo serviço. Não precisam de muita manutenção se forem executados de forma correta.”
Fabiano, encanador:
“Trabalho frequentemente com os dois materiais e, tendo experiência não se tem dificuldade nas instalações. A compra não é em todos os materiais de construção que se encontra, mas nos maiores sempre tem. Tanto CPVC quanto PPR são uma boa opção para água quente, mas na minha opinião PPR é melhor. Com relação a mão de obra especializada é importante ter um bom profissional. Entre os dois materiais prefiro trabalhar com CPVC pela rapidez nas instalações, mas trabalho com os dois se necessário. O PPR acaba saindo um pouco mais caro pois é mais trabalhoso e demora um pouco a mais a execução. Os dois materiais requerem pouca manutenção, são excelentes materiais. ”
Conclusão
Levando em conta os procedimentos para instalação e manutenção, o CPVC se sobressai como um sistema mais prático. Provavelmente por estas razões, segundo os depoimentos coletados, ele seja o “queridinho” dos instaladores. Porém o PPR é significativamente mais barato, o que leva naturalmente ao empreendedor, que assina o cheque, a ter preferência por este. Escolha difícil, não acha?
Pois bem, se você terceiriza a mão-de-obra, nossa sugestão é que você solicite dois orçamentos – um para CPVC e outro para PPR. Como vimos em nosso exemplo, a diferença de valores do material é grande. Ao fazer a verificação dos números, o padrão “mão-de-obra + CPVC” fica mais barato que “mão-de-obra + PPR”. Porém também conversamos com alguns construtores que afirmam que, na maioria dos casos, a “mão-de-obra + PPR” fica mais em conta.
Se você tem mão-de-obra própria e tem um grande volume de serviço, o CPVC é vantajoso. O ganho de produtividade pode compensar o custo do material, e caso os valores ainda ficarem próximos, a vantagem de uma manutenção mais fácil em caso de pós-obra, acaba pesando pela escolha do CPVC.
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