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Industrialização da construção: tendências para a nova década

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Industrialização da construção: tendências para a nova década

Desenvolver cada etapa de uma obra, com um bom planejamento, cumprindo prazos, tendo menos retrabalho e com os custos previstos é um desafio. O problema é recorrente, por isso, a industrialização da construção civil pode ser uma ótima aliada.

Com os avanços tecnológicos constantes atualmente, é inevitável e necessário que a construção civil também se adeque na busca de mais qualidade, produtividade e sustentabilidade.

O que é a industrialização da construção?

O princípio da industrialização é transformar o canteiro de obras em linhas de montagem. Hoje em dia, os processos da construção civil brasileira ainda são bastante dependentes da mão de obra interna. Ou seja, os trabalhadores ficam responsáveis pelo preparo dos materiais e da montagem de praticamente todas as estruturas do início ao fim. Isso ocorre nas fundações, nas super-estruturas, nas paredes, no telhado etc.

Com a industrialização, a ideia é que grande parte desses processos sejam substituídos por alternativas pré-fabricadas. A tarefa então, seria montá-las e fazer o acabamento. Dessa forma, é possível assimilarmos a ideia de industrialização da construção ao pensarmos em uma indústria automobilística e sua linha de montagem.

Alguns pontos que a industrialização traz para a construção civil são:

  • pré-fabricar o máximo de estruturas antes do início da execução do projeto;
  • introduzir processos mais estruturados e sequenciais;
  • melhorar o monitoramento de resultados;
  • qualificar os colaboradores;
  • criar e utilizar materiais mais eficientes, baratos e sustentáveis;
  • implementar tecnologias de automação, inteligência artificial e outras.

Pensando nisso, vemos uma mudança de cenário no que diz respeito a investimentos para iniciativas ligadas à tecnologia dentro da construção civil, fomentando construtechs. Esses programas de aceleração e investimentos anjo para a área são passos importantes na busca da industrialização.

De acordo com um relatório da James Longo LaSalle, uma consultoria americana, investidores aplicaram mais de 1,05 bilhões de dólares em empresas de tecnologia para obras apenas no primeiro semestre de 2018.

Os benefícios do uso de tecnologia

A utilização de tecnologia é base no processo de industrialização. Ela já trouxe diversos benefícios para o canteiro de obras, como:

  • Segurança ao canteiro;
  • Aumento de produtividade com auxílios de softwares de gestão e projetos;
  • Melhoria na comunicação e colaboração entre as partes envolvidas na obra;

Apesar disso, a industrialização vai além. Com ela, teríamos por exemplo, mais processos de automação na obra, com máquinas de alta tecnologia substituindo trabalhos manuais que geram grande perda de tempo na obra.

Alguns exemplos são as escavadeiras automáticas que podem preparar o terreno para as fundações com uma precisão incrível. Também há robôs capazes de aplicar e nivelar o concreto nos pisos sem a intervenção humana para controlá-lo.

Nesse sentido, a industrialização não pretende eliminar o trabalho humano na obra, pelo contrário. A forma de trabalhar e as atividades desenvolvidas serão alteradas. Um ponto decisivo para que a industrialização ganhe cada vez mais espaço é a profissionalização das equipes.

Como o objetivo não é substituir e sim alterar a forma de trabalho, na industrialização é muito importante ter uma mão de obra preparada e capacitada para lidar com aquele novo fluxo e com módulos pré-fabricados. Da mesma maneira, preparar a equipe para entender os projetos e os coloca-los em prática é fundamental.

A industrialização na fase de projetos

A importância da fase de projetos em uma obra não é novidade. Porém, com os processos de industrialização essa fase se torna ainda mais essencial para todo o decorrer da obra. Podemos pensar que o projeto se tornará um grande e completo “manual de instruções” para obra.

Por isso, tecnologias que auxiliem no desenvolvimento dos projetos, para gerar materiais mais completos para chegarem na “linha de montagem” são importantíssimos.

Industrialização da construção e projetos em BIM

Um ótimo exemplo de tecnologia que vai ganhar ainda mais espaço com a industrialização são os projetos BIM. A visão 3D gerada pelo arquivo e suas facilidades na hora de realizar simulações, avaliar os trajetos de tubulações na obra já evitam retrabalho e economia financeira.

Com o uso de pré-fabricados, a modelagem digital 3D (BIM) se torna essencial para prever o comportamento das peças na construção. Por mais que isso represente um custo inicial, também é uma oportunidade para que sua empresa ganhe muito mais eficiência e reduza os prazos para a finalização dos projetos ao mesmo tempo que aumenta a qualidade.

Como começar a industrializar minha obra?

Sabendo tudo isso, se perguntar por onde começar o processo de industrialização da sua obra é natural. Temos diversas possibilidades, uma delas é construção a seco. Esse tipo de construção consiste em montar e instalar no canteiro, diversas estruturas fabricadas na indústria. Diferentemente da construção úmida, esse método dispensa o uso da água em todas as etapas e procedimentos — evitando misturas como a tradicional argamassa.

Se você quiser entender mais sobre construção a seco temos um texto disponível aqui. Veja alguns exemplos de materiais utilizados para construções a seco:

  • Wood frame: são frames de madeira produzidos em perfis leves de madeira de florestas plantas. Entre os benefícios desse sistema construtivo está a velocidade de construção e a redução de mão de obra (exige mão de obra especializada). Uma empresa que tem se destacado na produção desses módulos de madeira é a Tecverde. Segundo dados da empresa, o uso de wood frame pode reduzir em até 85% a geração de resíduos e diminuir em 90% o uso de recursos hídricos.
  • Steel frame: é formado por estruturas de perfis de aço galvanizado. Entre os benefícios desse sistema construtivo está a precisão, tanto nos cálculos quantitativos na fase de projeto quanto da execução. No quesito geração de resíduos o steel frame gera uma quantidade mínima. Isso ocorre porque a estrutura é fabricada com as dimensões definidas no projeto, evitando cortes na hora da instalação.
  • Drywall: é composto por estrutura de aço galvanizado e chapas de gesso acartonado aparafusadas. É utilizado para produção de forros e paredes internas. Quando o drywall utiliza o sistema chamado “sanduíche” melhora o desempenho termoacústico, pois as chapas são recheadas com lãs minerais.

Além dos exemplos de construção a seco, kits hidráulicos e elétricos e banheiros prontos são exemplos de opções para começar o processo de industrialização da sua obra, principalmente para empreendimentos com uma grande quantidade de repetições de ambientes.

Kits hidráulicos e elétricos

Esses kits podem trazer bastante agilidade a obra. O objetivo é que o tempo que a equipe dedicava exclusivamente para selecionar, cortar e montar todas as partes das tubulações e fios sejam resumidas a fazer a montagem. Os kits já trazem exatamente o material necessário e do tamanho necessário conforme pontuado no projeto, para ser encaixado e colocado em cada ponto da sua obra. A Astra é um exemplo de empresa que já fornece esses kits para as obras.

Banheiros prontos

É isso mesmo, toda estrutura do banheiro, incluindo revestimentos, metais e louças já chega pronta no canteiro. O módulo é produzido com concreto armado e reforçado com fibras, dessa forma, basta fazer as conexões de água, esgoto e energia. Hotéis são exemplos de empreendimentos que a utilização de banheiros prontos proporciona agilidade a obra.

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Uma resposta

  1. Peso próprio de nossas edificações x chinesas: 1.000 kg/m² x 300/kg/m²
    [obesidade mórbida na edificação]
    Omissões clássicas e crônicas nas estruturas de concreto armado:
    1 – forma e escoramento pelos calculistas
    2 – armação pelas siderúrgicas
    3 – adensamento e cura pelas concreteiras
    4 – delegadas ao canteiro irresponsavelmente
    5 – nossas estruturas então são gabiarras

    Inovações radicais focadas nessas omissões:
    1 -forma incorporada
    2 – armadura colaborante
    3 – concreto linear

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