Seja nos edifícios residenciais, seja nos comerciais ou corporativos, as rotas de fuga em caso de sinistro são importantes não apenas para a aprovação do projeto nos órgãos competentes, mas principalmente para garantir a segurança dos usuários do local. Por isso, entender como dimensionar saída de emergência é fundamental.
Para isso, vários critérios devem ser incorporados. No Brasil, quem define como deverá ser a saída de emergência são as legislações estaduais. A maioria dos estados define que o Corpo de Bombeiros Estadual é responsável por fazer e revisar esta legislação.
Saiba agora mesmo os principais critérios para dimensionar adequadamente as saídas de emergência em seus projetos!
Tipos de saídas de emergência
O primeiro passo para o dimensionamento é determinar a configuração mínima necessária para a saída de emergência. Em edifícios horizontais temos as saídas diretamente para fora da edificação, ou as saídas com corredores enclausurados. As saídas com corredores enclausurados normalmente são utilizadas quando o caminhamento necessário é muito grande. Mais a frente falaremos sobre isso.
Nos edifícios verticais, o tipo e a quantidade de saídas de emergência são determinados por 3 itens: o uso da edificação, a altura descendente ou ascendente e a área do pavimento. São exigidas escadas comuns, protegidas, enclausuradas, enclausuradas a prova de fumaça, ou até pressurizadas.
Além dos tipos de escadas, ainda podem ser exigidos elevadores de emergência, e, no estado de Santa Catarina, há também a exigência de ponto de resgate aéreo dependendo do uso e da altura descendente da edificação.
Caminhamento máximo
O segundo passo é determinar o caminhamento máximo a ser percorrido até a saída de emergência. O caminhamento é a distância máxima para uma pessoa ir de qualquer ambiente do edifício até um ponto seguro.
Nos edifícios verticais, o percurso considerado conta até a porta da antecâmara da escada ou até a escada, caso esta seja do tipo comum.
Nos edifícios horizontais, o percurso considerado conta até a saída da edificação. Porém, em algumas edificações muito grandes, pode ser usado o artifício do corredor enclausurado, possibilitando saídas seguras para atender o caminhamento.
O caminhamento depende do uso da edificação, e em alguns estados, o comportamento horizontal ou vertical da edificação irá definir a necessidade de detectores de fumaça ou uso de sprinklers.
Número de saídas de emergência
Normalmente são necessárias apenas uma ou duas saídas para atender a legislação. A segunda saída é exigida quando temos reunião de público, quando temos pavimentos acima de 750 m² ou em alguns usos específicos como em hotéis ou hospitais.
Outros dois fatores que fazem aumentar o número de saídas são:
- O caminhamento – em alguns casos não conseguimos atender o caminhamento mínimo com uma ou duas saídas e temos que adicionar mais;
- A quantidade de público.
População da edificação
A quantidade máxima de pessoas de um ambiente é determinado pelo uso e pela área do mesmo. Para uso residencial, o que defini a quantidade máxima de pessoas é o número de dormitórios.
Exemplo: em um edifício comercial o número de pessoa é de 5/m², logo, em um ambiente com 100m² a população é de 20 pessoas. O número de pessoas por m² varia de acordo com as legislações estaduais.
Defina corretamente as dimensões
Basicamente, escadas, rampas, patamares e áreas de descarga devem ser dimensionados de acordo com o pavimento de maior área da edificação. Isso vai determinar larguras mínimas em relação aos outros pavimentos, considerando o sentido de saída da população.
A largura mínima das saídas é determinada pela fórmula N = P/C, onde N é o número de unidades de passagem (arredondado para número inteiro imediatamente superior, caso necessário), P é a população estimada e C é a capacidade da unidade de passagem (ou seja, a quantidade de pessoas que passa pela unidade em 1 minuto), prevista também conforme as tabelas da norma. Em seguida, define-se a largura mínima multiplicando o resultado pelo fator 0,55.
Observação: fique atento às exceções. Em situações como dos grupos H — instituições de saúde —, as medidas mínimas dependem de outros fatores. É preciso sempre consultar a norma!
Especifique estruturas resistentes
Os tipos de escadas são definidos conforme a classificação e a altura da edificação conforme falado acima. Quando o risco aumenta, o tempo de resistência ao fogo deve ser maior. Portanto, é imprescindível que a estrutura que envolve a escada e os outros elementos presentes nas saídas de emergência sejam compostos por espessura e materiais adequados, resistentes ao fogo.
Da mesma forma, as portas corta-fogo devem ser instaladas obedecendo aos critérios de estanqueidade, isolamento térmico e estabilidade estabelecidos em normas e comprovadas por meio de testes e ensaios laboratoriais. Vale lembrar que o raio de abertura dessas portas não pode interferir no espaço destinado à circulação de pessoas.
Agora que você já sabe como dimensionar saída de emergência, continue conosco e entenda como começar o projeto de prevenção e combate a incêndios! Até a próxima!