Flexíveis, os tubos PEX têm como benefício principal a redução de conexões necessárias nos sistemas de água, gás e ar-condicionado. No entanto, o projetista precisa estar atento para evitar ângulos acentuados, pois curvas fechadas causam tensões internas que resultam na instabilidade do conjunto.
O PEX (Polietileno Reticulado) é uma das alternativas existentes no mercado brasileiro para instalações prediais de água fria e quente. O sistema utiliza tubulações flexíveis de plástico para transportar água para os diversos pontos de consumo de um edifício.
A solução é vista como uma das maiores inovações para sistemas prediais da construção civil, sendo amplamente utilizada em países europeus, porém, ainda é pouco utilizada no Brasil.
E no conteúdo de hoje, iremos avaliar as causas dessa resistência na utilização do tubo PEX, quais são as vantagens e desvantagens frente aos sistemas concorrentes (PVC, PPR e CPVC) e a viabilidade da utilização em edifícios residenciais verticais. Afinal, quando vale a pena utilizar o PEX no lugar do PVC? Continue acompanhando!
Como funciona uma instalação ponto a ponto
O tubo PEX pode ser instalado da maneira convencional (através de rasgos na alvenaria) ou através de quadros de distribuição — a chamada instalação ponto a ponto. Nesta postagem abordaremos os aspectos da segunda solução, pois é nesta em que encontramos as maiores vantagens do sistema.
Instalação do PEX através de quadro de distribuição (instalação ponto a ponto):
Fonte: Blog Doutor Resolve
Na figura acima, os quadros de distribuição podem ser visualizados na parede da direita. Cada quadro possui seu próprio fechamento, fazendo o papel do registro de gaveta encontrado nas instalações convencionais. Já no chuveiro, é utilizado um kit de PPR, que inclusive é importante ressaltar, que esse kit pode ser substituído inteiramente por tubulações montadas em PEX.
A instalação através dos quadros segue o princípio da instalação elétrica, pois a tubulação principal de água corre através de um conduíte, denominado de tubo bainha. Esta solução permite a inteira remoção da tubulação flexível em caso de vazamentos, fator que facilita a manutenção para todo o ciclo de vida de uma edificação.
Tubo bainha envolvendo tubulação flexível
Fonte: Site Tigre
O tubo PEX pode ser instalado através da alvenaria, no contrapiso, ou fixado na laje do apartamento inferior. A instalação por meio da alvenaria é a menos recomendada pois, por se assemelhar em muito com a instalação convencional, gera muitos entulhos e enfraquece a estrutura da parede.
A instalação do tubo PEX é muito fácil e pode ser 2 vezes mais rápida quando comparada com os populares tubos de PVC rígidos. Porém, apesar da facilidade e agilidade, o PEX exige a utilização de equipamentos específicos e treinamento de mão de obra.
VÍDEO INTERESSANTE: https://www.youtube.com/watch?v=RPsk7-eOa2E
Componentes do sistema
Os componentes do sistema PEX são os distribuidores, tubulação flexível, tubos protetores (também conhecidos como Bainhas) e conexões do aparelho de utilização.
O fornecimento do sistema PEX é realizado em bobinas de 50 e 100 metros, tornando possível o corte do tubo no tamanho desejado.
Veja a seguir em imagens o que são cada um desses componentes:
Distribuidores
Fonte: Tigre
Tubulações Flexíveis
Fonte: Tigre
Tubos protetores (tubo bainha)
Fonte: Tigre
Conexões do aparelho de utilização
Fonte: Tigre
Benefícios do PEX
-As tubulações do PEX possuem baixa rugosidade — fator que reduz a perda de carga ao longo das tubulações. O material também é leve, o que facilita o transporte do produto, sua estocagem e instalação.
-Outra propriedade deste flexível é a baixa condutividade térmica, o que torna o PEX um material excelente para o transporte de água quente e reduz a necessidade de isolamento térmico das instalações.
-Eles são flexíveis e têm como principal benefício a redução de conexões necessárias nos sistemas de água, gás e ar-condicionado. Contudo, o projetista precisa estar atento para evitar ângulos acentuados, visto que curvas fechadas causam tensões internas que resultam na instabilidade do conjunto.
-Seu fornecimento é realizado em bobinas de 50 e 100 metros, o que torna possível o corte do tubo no tamanho desejado. A precisão no corte das bobinas evita o desperdício e reduz a sobra de tubos muito pequenos e inutilizados.
-As mudanças de direção da tubulação são todas realizadas pela curvatura do tubo flexível, reduzindo muito o número de conexões e minimizando o risco de vazamentos. Esta redução induz a um menor número de processos de corte e encaixe durante a obra, gerando economia com mão de obra.
-O material é comprovadamente puro e atóxico. Ou seja, não transmita odor e gosto para a água.
-O sistema PEX é compatível com inúmeros métodos construtivos. Sua utilização possui maior desempenho nas alvenarias em Dry-wall. Porém, pode ser facilmente adaptado para alvenaria em tijolo cerâmico ou estrutural.
-É um sistema que transforma as manutenções em processos fáceis e rápidos, portanto, pode atingir status de diferencial perante à clientes que possuem interesse na edificação.
Desvantagens
Já as desvantagens estão caracterizadas porque o tubo PEX ainda é pouco utilizado na construção civil brasileira. Os motivos dessa resistência são:
- Necessidade de qualificação de mão-de-obra;
- Necessidade de utilização de ferramentas específicas;
- Pouca disponibilidade de material no mercado: a solução deve ser adquirida diretamente do fabricante escolhido, pois há poucas lojas que possuem estoque deste produto.
- O preço dos materiais é superior ao dos concorrentes PVC, CPVC, e PPR.
Análise de custo
Em estudo realizado pela escola politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Brandão, 2010), comparou os valores utilizados para executar a instalação predial de um apartamento. O sistema PEX foi comparado com o misto entre PVC e PPR.
Ao analisar apenas a compra de materiais, a pesquisa concluiu que o PEX gastaria o dobro do valor. Porém, ao avaliar a mão de obra, o sistema inovador sairia pela metade do preço com relação ao convencional. Ao realizar a junção entre materiais e mão de obra, o PEX saiu apenas 20% mais caro do que os concorrentes.
Aqui na Thórus realizamos pesquisa semelhante. Ao avaliarmos os gastos envolvendo apenas os materiais para a instalação de um apartamento em PEX, e contrapondo a instalação com o PVC e CPVC, concluímos que o PEX é 15 % mais caro.
Enquanto a instalação convencional custou R$ 2.100,00, a instalação com PEX custou R$ 2.420,00. Neste caso em específico utilizamos um apartamento com aquecimento em todas as áreas molhadas.
Simulação apartamento com instalação em PEX
Fonte: Thórus Engenharia
Simulação de apartamento com instalação em PVC + CPVC
Fonte: Thórus Engenharia
Os distribuidores foram centralizados na área de serviço conforme ilustrado na foto abaixo. Cada área molhada recebeu uma saída independente, possibilitando o fechamento individual do fluxo hidráulico.
Distribuidores
Fonte: Thórus Engenharia
A tubulação que percorre o caminho entre o medidor individual de água fria, localizado no hall do edifício, e os distribuidores internos, recebeu a solução de PVC e CPVC. Nos chuveiros utilizamos um cavalete pré-montado de PVC e CPVC, conforme modelo da figura abaixo:
Kit hidráulico do chuveiro
Fonte: Thórus Engenharia
Conclusões
O PEX ainda é o sistema predial hidráulico mais caro do mercado brasileiro, porém, é a solução ideal para obras com curto prazo de entrega. Obras de edifícios residenciais de médio e alto padrão também devem considerar a utilização desta tecnologia, pois tem grande capacidade de agregar valor a um apartamento.
Se a construtora procura por sistemas inovadores e competitivos, buscando industrializar a sua produção, o misto de fechamento interno com dry-wall e instalações em PEX é uma grande solução que irá agilizar todo o processo construtivo.
O sistema apresentado auxilia na produtividade da obra e pode atingir valores muito semelhantes aos convencionais.
Se você já possui um projeto em estudo, entre em contato com a Thórus Engenharia. Nosso objetivo é ajudar construtoras e incorporadoras a otimizarem seus projetos. Quando projetamos pensamos em custos, prazos, novas tecnologias e desenvolvemos o melhor projeto para seu empreendimento.
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Fontes:
BRANDÃO, Rosana Gouveia. Estudo de viabilidade da utilização de PVC, PEX e PPR em empreendimentos multifamiliares. 2010. 78 f. Monografia – Curso de Engenharia Civil, Escola Politécnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2010. Disponível em: <http://pantheon.ufrj.br/>. Acesso em: 15 maio 2017.
3 respostas
Boa informações
Muito obrigado Alex!
Esperamos lhe ajudado com este artigo.
Ótima postagem! Eu gostaria de saber se há cursos disponíveis no mercado para instalador de pex.
Obrigado!